terça-feira, 22 de abril de 2014
solta...
"Eu quero ir embora. Solta meu braço. Me deixa passar.
— Já deixei uma penca de amores passar. Não pretendo fazer o mesmo contigo.
— Eu não sou seu amor. Nem nunca vou ser. Larga meu braço.
— Há controvérsias, mas tudo bem. Pode ir. Vamos ver até onde você vai antes entrar nesse mesmo prédio, subir as escadas até o mesmo andar, bater na mesma porta.
— Não conte com isso. Não cultive grandes esperanças. Eu quero andar com os pés no chão. Numa areia que não me queime os pés. Cansei dessa vida movediça. Chega de romance de prosa e verso. Você é muito denso, muito profundo. Eu preciso de um homem de verdade.
— Tudo bem. Pronto, já te soltei, a porta está aberta. Vai. Pode ir. Anda. Vá atrás do seu homem de verdade. Amores de plástico te esperam.
Sorte, garota."