sábado, 31 de março de 2012
prometa!
"Só me fala que vai me aturar. Aturar todas as minhas crises de ciúmes, meus momentos - não tão raros - sem paciência, as minhas desconfianças e meus surtos de insegurança. Aturar meus dramas, minhas teimosias, minha arrogância, minhas piadas sem graça e o meu não-romantismo. Aturar todos os meus tipos de provocação, meu amor por outras pessoas, minhas mudanças inconstantes de humor e de temperamento. Aturar minha mente confusa, minha memória irritante, minha sinceridade exagerada. Aturar quando eu falar que te amo mais e também quando eu não falar que te amo. Aturar e segurar tudo não por mim, nem por você… mas por nós."
amadores
"No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida. Terá que abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado. Terá que ser incoerente, contradizer fundamentos inegociáveis. Terá que rasgar a certidão negativa, a proteção bancária, os manifestos de aversão ao casamento e filhos.
Não dá para ser esperto sempre. Não dá para ser experiente sempre."
sexta-feira, 30 de março de 2012
together
quinta-feira, 29 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
ela
sábado, 24 de março de 2012
reinício
quinta-feira, 22 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
"desmedida"
A menina que não sabia brincar. Desde pequena, sempre procurei responder à altura. Uma pena que extrapolasse qualquer limite suportável e conseguisse atingir em cheio pontos fracos, egos imensos ou a farsa forçada daqueles que ficam na eterna dúvida de que personalidade vestir para cada ocasião e pessoas. Nem sempre fiz da sutileza minha melhor amiga, e do bom senso, um truque de mágica: é que preciso às vezes ser brutal porque não aguento por muito tempo viver sem algum tipo de transparência. Se é ódio a sensação da vez, é complicado me frear a ponto de que alguma patada não escape. Desprezo e o eterno olhar de soslaio, quase de olhos revirados. Ter opinião pra tudo, algumas vezes minha salvação, me jogou de vez em quando pro fundo de um poço próprio que não sabe calar a boca ou escolher os segundos exatos onde deve entrar a legenda – falar o impróprio em hora mais errada ainda é o tiro da culatra que volta e, quase sempre, atinge em cheio a mim mesma.
Enrubeço de uma raiva cega para, uma praticamente meia hora depois querer morrer em meio aos remédios, tamanho o remorso de ser assim tão momentânea. Ter mantido o contrato vigente com essa versão borrada de mim mesma que faz chorar mais tarde por agir conforme essa transgressão interna e confusa que me faz parecer louca e grosseira quando na verdade é pura autenticidade disfarçada. Acho um saco que me obriguem a aceitar gente que não desce, situações por pura educação ou qualquer outra babaquice que vá contra a minha linha de pensamento – tão modificada, tão contestada, mas agora por mim aceita e ponto final. Chamem Joselita, chamem de chutadora oficial de baldes, onça quando no cio ou super sincera: de fábrica e com esse defeito que dá pane quando bem entende, surta quando decide e volta ao normal instantaneamente, em questão de segundos. Noção pra que mesmo quando se tem personalidade?"
let it go
segunda-feira, 19 de março de 2012
era diferente
vento e tempestade
Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa.
Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido."
domingo, 18 de março de 2012
o mundo é um moinho
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
sábado, 17 de março de 2012
pra sempre
"Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. (…) Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês, mas o tempo todo penso “I don’t care”. Caguei. Foda-se. (…) Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Algo entre uma santa e uma pilantra. Desde que no controle e irritada. Agora, não quero mais nada. De verdade. (…) Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. (…) Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Mas tudo meio que por osmose. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir e cagar pra ele. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. O trator da felicidade. Atropelei o mundo e eu mesma. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e… quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care."
terça-feira, 13 de março de 2012
bem por aí...
sempre!
domingo, 11 de março de 2012
sobre a amizade
sábado, 10 de março de 2012
outro lugar
São duas horas discutindo sobre um amor do qual não quero mais fazer parte. Suas palavras, mesmo em alto e bom português, parecem não mais falar minha língua. Eu poderia muito bem gritar igualmente, se você não estivesse tão cega. Tenho um segredo pra lhe contar: seus heróis também tem defeitos, todos eles escondidos atrás do sorriso no comercial de teve a cabo.
O ferimento em si nem dói tanto quanto ver sua intenção em me ferir. Palavras tão pequenas de quem parece não ter mais nada a perder, somente um fadário de coisas a dizer, sempre antes de pensar.
Percebo que não importa mais onde eu esteja, preso num quartinho sem ideias ou caminhando livre na chuva, já não adianta sonhar, se em todo amanhecer preciso olhar no espelho e dizer para mim mesmo que aqui é o lugar.
Todos os seus gritos me deixam com a impressão de que estou sempre atrasado, ou pior, que já estive por aqui por tempo demais. Fico rouco diante de perdões formais, que dirá quando a solidão se manifesta tão necessária.
A partir de hoje, só o que for muito, muito leve, bonito e fácil. A grande maioria desiste. Eu, só estou abrindo mão. Concordo contigo, também aconteceu comigo: o meu coração partiu. Para outro lugar.